G&M Brasil

O G&M (Girth and Mirth) é um movimento da subcultura GAY, que existe a quase 40 anos, com grupos existentes nos Estados Unidos, Europa, Austrália, Asia, e Brasil. A palavra Girth and Mirth, literalmente significa “cintura e alegria”, ou seja, de forma geral, gordo feliz.

Saiba mais sobre o G&M, clique aqui!


"Não fique chateado se você passar a vida inteira gordo.
Você terá toda a eternidade para ser só osso!"

Arnaldo Jabour

quarta-feira, 18 de maio de 2011

A história de um GG

 (gordinho E gay)


E aí galera, blz!?

Bom vou começar me apresentando a vocês. Nasci em Santos-SP no dia 05/12/1981 e como todo sagitariano sou uma pessoa alto astral e sincera. Sou o caçula de uma família de 4 filhos homens e o único gay da casa, a "ovelha negra", rsrsrs... Meu pai e minha mãe são "idosos" (ele tem 74 anos e ela 70 anos), mas vivem viajando e passeando pra lá e pra cá e curtindo a vida, acho que puxei a vitalidade deles, pois não paro quieto nenhum final de semana (tô sempre bagunçando por aí). Eu moro sozinho em São Paulo de aluguél e meus pais em Santos, com um dos meus irmãos (o solteirão da família) os outros dois já casaram e tenho 3 sobrinhas lindas (uma de um irmão e duas do outro, a mais nova é minha afilhada), tô sempre em Santos visitando a família e os amigos (são muitos e amo todos eles). Sou formado em Biomedicina, trabalho em um Laboratório de Análises Clínicas e realizo exames de sangue, urina e fezes (éca :p) e graças aos Deuses amo a minha profissão. Me considero uma pessoa bem sucedida, pois trabalho na minha área, pago minhas contas, faço o que eu quero quando quero e prezo muito a minha liberdade e a liberdade alheia (mais uma característica sagitariana).



Meu maior problema é o mesmo de uma grande partes dos gays, o preconceito dentro da família e fora dela. Minha mãe é tudo pra mim, sabe que sou gay e é super compreensiva e amorosa, mas meu pai... Ele é do tipo machista e antiquado e nunca tivemos um relacionamento muito bom. Eu sempre bati de frente com ele, pois somos de gerações diferentes e enquanto ele quer impor a vontade dele sobre os outros eu prezo a liberdade e a diversidade. Apesar de nossos desentendimentos, não posso reclamar dele como pai, pois ele nunca deixou faltar nada pra mim, sempre me deu tudo o que eu precisava, nem sempre o que eu queria, mas muitas vezes a gente quer o que não precisa realmente. Ele não sabe (ou melhor não enxerga) que eu sou gay, se ele prefere não saber e ter uma ilusão sobre mim não sei ainda se devo conversar com ele sobre o assunto ou se deixo tudo com está, penso muito nisso mas não me decidi ainda. Mas o fato de me esconder e, de certa forma, mentir sobre quem eu realmente sou, não é muito confortável pra mim. Acho que tenho a necessidade de gritar para o mundo: EU SOU GAY!!! Não convivo muito bem com mentiras e enganações. Mas tenho um pouco de medo do meu pai, cresci ouvindo da boca dele tudo de ruim que ele pensa sobre a homossexualidade e que se ele tivesse um filho gay ele iria bater até virar homem ou seria capaz de matar, tamanha seria a vergonha para ele. Então fico nesse dilema, porque apesar dos pesares eu amo ele, ele deu metade da minha vida que é o meu bem mais precioso e eu amo viver!!!


Acredito que em um mundo tão vasto e diversificado como o nosso, há espaço para todas as pessoas, religiões, culturas, gostos e
sexualidades... O que falta hoje em dia é respeito entre as pessoas. O mundo seria tão melhor se cada um respeitasse as escolhas dos outros, o jeito de ser de cada um, a individualidade do ser humano, a condição sexual das pessoas (chamo de condição porque pra mim não é uma opção, nasci gay e pronto), profissão, religião, enfim... Cuida da sua vida que eu cuido da minha, nos respeitamos e não interferimos diretamente na vida um do outro, mas vivemos em uma grande comunidade interdependente, pois eu posso depender de você pra sobreviver de alguma forma e você de mim. Afinal ninguém é auto-suficiente, né!? O que seria do mundo sem os lixeiros, faxineiras, pedreiros, garçonetes, médicos, enfermeiras, engenheiros, advogadas, agricultores...

Sou uma pessoa super mente aberta, de bem com a vida e tranquila, sou um pouco tímido, mas tô trabalhando isso. A gente não consegue nada nesta vida sem dar a cara a tapa, lutar por nossos ideais, tentar, as vezes acertar e as vezes errar, ninguém é perfeito e nem dono da verdade. Costumo dizer que: "Errar é humano, perdoar é divino, mas persistir no erro é burrice". Então quando erro procuro mudar uma coisa aqui e outra ali para não errar novamente da mesma forma, mas continuo errando em outras coisas, pois temos que nos dar o direito de experimentar e de conhecer coisas, situações, pessoas, lugares... Como vou saber se gosto de algo se nunca fiz, nunca comi, nunca fui ou nunca vivi aquela situação!? A vida é um grande aprendizado, uma enorme troca de experiências, com possibilidades infinitas e lugar ao sol para TUDO!!!
Além de ser gay também sou gordinho e sofri um pouco de preconceito por causa disto na adolescência e fiquei com alguns traumas por causa disto. Não gostava do meu corpo, tinha auto-estima baixa e timidez em alto grau. Mas ainda bem que a vida nos ensina muita coisa e tudo vai mudando ao longo do tempo. Hoje em dia sou praticamente outra pessoa neste sentido. Eu era retraído e não tinha contato com o mundo gay, sempre gostei de homens mas perdi a virgindade (que meigo, rsrsrs..) com 18 anos, com um amigo meu. Há pouco tempo que comecei a sair nas baladas e conhecer esse mundo colorido e no meio do caminho descobri o G&M, o que representa e que existem homens que gostam de gordos (peludos ou não), sejam eles outros gordos ou magros E sarados também (é difícil mas a gente encontra sim). Nunca transei com mulheres (sinceramente só de pensar... éca) e nem sei se isso acontecerá um dia, só sei que hoje não tenho essa vontade, mas...



Vou ficando por aqui, já "falei demais", rsrsrs... Espero que vocês gostem, pois este é o meu primeiro trabalho como colunista e o primeiro texto público que escrevo.

Bjs a todos e até logo menos.

Ass: Henrique Pereira ;)

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